Destaque PrincipalEventosMesa São Paulo 2019

Churrasqueiros mostram, no Brasa na Mesa, que não existe carne de primeira ou segunda

E ainda ressaltaram a importância de aproveitar o animal em sua totalidade

O Brasa na Mesa acendeu sua grelha com a chef e especialista em carnes Larissa Morales, do canal Larica na Brasa, que dedicou sua aula para cortes do dianteiro afim de mostrar que é possível sim fazer um churrasco com esse tipo de corte e que essas carnes são super macias e saborosas. “Eu acho que esses cortes são esquecidos e a gente tem que ter um aproveitamento total do animal”, diz a chef. Em sua primeira participação no Mesa SP, Larissa ainda compartilhou dicas na hora de escolher a carne e dividiu seus segredos de preparo para um bom churrasco.

Em aula animada e perfumada com os aromas da carne grelhada, o especialista em churrasco Luiz Fiori, do Armazém do Churrasqueiro, em Goiânia (GO), apresentou técnicas para deixar o churrasco caseiro com uma distinção a mais. “Se pensarmos em termos de maciez, é fundamental trabalhar com temperatura alta na grelha, de 350 a 400 graus, para formar a crosta e manter a suculência do corte”, diz ele. Luiz indica a compra de cortes maturados que, em geral, indicam uma carne de mais qualidade e maciez. “Mas é importante verificar as condições da embalagem. A carne maturada precisa estar numa embalagem a vácuo, sem bolhas ou furos”, ensina. Além disso, o churrasqueiro afirma que a carne pode se beneficiar se for ligeiramente salgada uma hora antes de entrar na grelha.

“Isso começa a desidratar a carne levemente, o que irá facilitar na formação da crosta. Antes de levar à grelha, seque ligeiramente o corte com um papel-toalha, porque a carne precisa de ambiente seco, alta temperatura e velocidade para ficar tostada por fora e macia e suculenta por dentro”. No final, os participantes puderam provar o corte denver steak que o churrasqueiro preparou na hora, junto com uma salsa criolla feita de pimentões, tomate e cebola-roxa. “Esse é um corte do dianteiro e é um pouco firme na mordida, mas é um dos cortes mais equilibrados em termos de marmoreio de gordura. A gordura é entremeada na carne de tal forma que ela deixa o corte muito suculento e macio depois de grelhado”, diz ele.

Continua após o anúncio

Em sua aula no Brasa na Mesa, o chef Rodrigo de Melo, do buffet Macellaio (GO), propõe o uso de novos cortes bovinos para o churrasco. “O meu objetivo é que o animal seja aproveitado de forma total”, justifica ele. Um exemplo é a entraña, corte que fica entre a costela e o vacio e é pouco valorizado pelo mercado. O chef prepara na brasa uma peça de Angus e a serve com vinagrete de caju na brasa com pimentões e chimichurri.

O chef consultor Roberto Bocabello, de São Paulo, é um estudioso do fogo e suas aplicações na cocção de carnes. Em aula neste sábado no Brasa na Mesa, Roberto ensinou a técnica do “infiernillo”, criada pelo chef argentino Francis Mallman, baseada em conhecimentos ancestrais dos povos pré-colombianos. O “infiernillo”, ou “inferninho”, em português, consiste em assar carnes, pescados ou até aves inteiras, envolvidas em uma grossa camada de sal grosso molhado. O diferencial é que são usados dois fogos: um abaixo da chapa onde o alimento está, outro numa chapa acima dele. “O objetivo dessa técnica é preparar comida para muitas pessoas, foi pensado para assar grandes pedaços de carne”, diz o chef. “Mas já preparei de tudo com o infiernillo, até frutas e tortas”, afirma. Durante a aula, ele montou o infiernillo e assou um peixe inteiro, um tambaqui pequeno. “Mas pode usar qualquer peixe que você assaria, principalmente os que são ricos em gordura”, ensina.

 

Mostrar mais

Prazeres da Mesa

Lançada em 2003, a proposta da revista é saciar o apetite de todos os leitores que gostam de cozinhar, viajar e conhecer os segredos dos bons vinhos e de outras bebidas antecipando tendências e mostrando as novidades desse delicioso universo.

Artigos relacionados

Leia também
Fechar
Botão Voltar ao topo