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Clássicos repaginados

A criatividade foi um dos pontos altos da edição do Mesa Ao Vivo Minas Gerais de 2019. Chefs mostraram como reinventar receitas consagradas em nossa cozinha sem lhes tirar a identidade

Felipe Oliveira
Felipe Oliveira

Indo na contramão daquela velha história de que em clássicos não se mexe, chefs que participaram do Mesa Ao Vivo Minas Gerais, em 2019, mostraram que pratos tradicionais podem e merecem ganhar novas versões. “Os últimos anos foram de transformação tanto para a gastronomia mineira quanto para a nacional”, afirmou Felipe Oliveira, chef do Ora, em Tiradentes.

Unindo o melhor da tradição mineira com técnicas modernas, Felipe apresentou o camarão assado com mandioca negra, emulsão de queijo canastra e ora-pro-nóbis. “Eu quis mostrar que com criatividade podemos fazer excelentes pratos contemporâneos utilizando os clássicos mineiros”, disse.

“Mineiro é doido para ir para praia e comer frutos do mar”, afirmou Felipe, que optou por fazer o camarão no forno. “Na frigideira você não consegue controlar tanto a cor e a textura do camarão.” O fruto do mar servido frio ficou ainda mais gostoso acompanhado da mandioca frita tingida com tinta de lula e da emulsão de queijo feita com leite e pimenta-biquinho. “Parece um requeijão, mas com picância”, disse.

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Clássicos repaginados_ Mesa Ao vivo Minas Gerais
Camarão assado com mandioca negra, emulsão de queijo canastra e ora-pro-nóbis

Arroz é protagonista

Tássia Magalhães
Tássia Magalhães

O arroz é um dos ingredientes mais consumidos no mundo. No dia a dia do brasileiro, esse tão celebrado grão recebe ainda a companhia do feijão. Mas, quando a criatividade permite, outras misturas igualmente saborosas surgem para compor o portfólio gastronômico do país. Nesse acervo está o arroz biro biro, um dos clássicos tupiniquins e que tem em sua receita tradicional a adição de bacon, ovo e batata palha. Tássia Magalhães, chef do Fabbrica e do Riso.e.ria – restaurante em que o arroz é o protagonista -, tem a própria versão do preparo.

Intitulado arroz biro Bira (em homenagem ao pai de Tássia), o prato, além do grão, é cremoso e acrescido de feijão, linguiça e cebola caramelizada. “É um dos meus preparos preferidos lá no restaurante”, disse a chef durante sua aula no Mesa Ao Vivo Minas Gerais. “E mostrei que uma receita com arroz e feijão não precisa ser pesada. Minha principal característica é oferecer leveza às preparações.”

A dica de ouro é atingir a textura correta do feijão, que não deve passar do ponto, mantendo os grãos inteiros, sem que desmanchem. “Aqui também não utilizaremos o caldo dele”, disse. Oferecendo ainda mais sabor ao conjunto, ela acrescenta creme de leite, linguiça artesanal e minicebola caramelizada, preparada com açúcar mascavo e mel. “É importante não cortar a ‘base’ da cebola, para que as pétalas não se soltem.” A “mineirice” do prato se revela ainda no acompanhamento, uma farofa de flocão de milho, hidratada com leite de coco e incrementada com nuts torradas.

Mexidos dos bons

Danielle Dahoui
Danielle Dahoui

Danielle Dahoui, do Ruella, também escolheu o arroz para protagonizar sua aula. “Não tem receita certa quando falamos de mexido. Fui pegando todos os ingredientes de que os mineiros gostam e coloquei-os na panela”, afirmou a chef, que usou insumos diversos como pimentão amarelo, feijão, bacon e manteiga. “Bacon é vida, né? No entanto, a manteiga também é. Sempre exagero na quantidade de manteiga em minhas receitas, afinal, a minha base culinária é francesa. Também coloquei um pouco de queijo coalho para dar um toque nordestino”, disse ela, que ama relembrar suas raízes nordestinas.

Na plateia, uma fã questionou sobre a introdução de ora-pro-nóbis, panc que é bastante popular em Minas Gerais. Sem deixar o carisma de lado, a chef admitiu que tinha se esquecido da planta. “Mas vamos imaginar que está aqui. A graça desse prato é que você pode incluir o que quiser nele. Pode até não ser uma receita fotogênica, mas é incrivelmente deliciosa, afinal, você o faz com os ingredientes de que gosta”, disse.

Clássicos repaginados_ Mesa Ao vivo Minas Gerais
Mexidão. Confira a receita

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Beatriz Albertoni

A paulistana divide-se entre duas paixões: jornalismo e gastronomia. Formada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, a repórter está na redação de Prazeres da Mesa desde 2015. Adora conhecer histórias, viajar e apreciar um bom show de rock, além de nunca recusar bolo acompanhado de cafezinho.

Stephanie Vapsys

Foi vendendo cupcakes na feira de empreendedorismo da escola, aos 15 anos, que Stephanie Vapsys se encantou pela confeiteira e, posteriormente, pela gastronomia. A jovem que nunca recusa um docinho ou um convite para jantar, decidiu cursar jornalismo na Faculdade Cásper Líbero por ser fã de literatura e fascinada por contar boas histórias. Desde 2015, na redação de Prazeres da Mesa, a repórter teve a oportunidade de conviver diariamente com sua grande paixão. Depois de grandes contribuições, partiu para novos desafios no início de 2020, deixando a equipe de Prazeres da Mesa.

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