Brasil de Ouro
O BRAZIL WINE CHALLENGE mostra que o país é de ponta na organização de concursos de vinhos
Essa semana, a convite da Associação Brasileira de Enologia (ABE) participei do Brazil Wine Challenge, o maior da história, com 903 amostras de vinhos inscritas, de 15 países. Aconteceu na linda Bento Gonçalves, uma das cidades mais acolhedoras do Brasil, e participei ao lado de outros 73 especialistas na avaliação dos vinhos. A organização é um ponto que merece ser destacada, com as amostras servidas às cegas, na temperatura perfeita e com um verdadeiro balé do serviço, com garçons atentos repondo as taças com maestria. É muito bacana que o país seja de ponta na realização desse tipo de evento. Isso também ocorre na Avaliação Nacional da Safra, que é algo inédito no mundo por sua dimensão e organização.

Alguns de nossos principais enólogos, como Carlos Abarzúa, Cláudia Stefenon, Dirceu Scottá, Fernando Pettenuzzo, Gilberto Pedrucci, Luciano Vian, Ricardo Morari e Samuel Cervi participaram e tiveram o desafio de conduzir cada uma das oito mesas de jurados.
Depois de 12 horas de degustações em três dias, 270 rótulos provenientes da Alemanha, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Espanha, Itália, Portugal e Uruguai foram premiados, sendo 10 com Medalhas de Gran Ouro; 249 com Medalhas de Ouro e outros 11 com a Prata.
“Mais uma vez, o Brazil Wine Challenge registrou notas expressivas, o que comprova a excelência dos produtos de diferentes procedências”, afirma o enólogo André Gasperin, presidente da ABE e do Brazil Wine Challenge. “No início da organização, após dois anos de pandemia, tínhamos muitas incertezas, porém, com o passar do tempo e o engajamento de todos fomos avançando e superando expectativas. O Brazil Wine Challenge só acontece porque tem o trabalho de muita gente. É o nosso maior valor”.
Em cada mesa, durante a avaliação, reinava o silêncio, com os degustadores trocando impressões apenas em casos de discordância grande nas notas ou para aplaudir os vinhos que conseguiam a tão almejada Medalha Gran Ouro. “Os degustadores vibram quando esta conquista é alcançada, pois é sinônimo de qualidade”, reforça Gasperin. Das 270 premiações, 197 foram para brancos, tintos e roses, 72 para espumantes e um para Brandy. O Brasil, por ser o país sede, teve o maior número de inscrições e, consequentemente, o maior de premiações, alcançando 185 Medalhas, com seis Gran Ouro.

Mais mulheres entre os degustadores
Outro aspecto a ser destacado é o aumento no número de mulheres entre os degustadores. Nessa edição foram 18, sendo 14 brasileiras, duas chilenas, uma argentina e uma espanhola. Para a vice-presidente da OIV, Regina Vanderlinde, as mulheres estão cada vez mais atuantes no mundo do vinho. “Há alguns anos essa representatividade não passava de 10% no grupo, mas vem aumentando. São mulheres qualificadas, com poder de decisão e com grande sensibilidade para a análise sensorial”, enfatiza Regina.
RANKING DE PREMIAÇÕES POR PAÍSES
Alemanha –2 Medalhas de Ouro
Argentina – 1 Medalha Gran Ouro e 17 Ouro
Bolívia – 3 Medalhas de Ouro
Brasil – 6 Medalhas Gran Ouro, 169 Ouro e 10 Prata
Chile – 26 Medalhas de Ouro e uma Prata
Espanha – 1 Medalha de Ouro
Itália – 1 Medalha Gran Ouro e 3 Ouro
Portugal – 2 Medalhas Gran Ouro e 18 Ouro
Uruguai – 10 Medalhas de Ouro
Os vinhos que levaram as medalhas de Gran Ouro (por ordem alfabética)
- Adega de Pegões Colheita Selecionada Tinto 2016, Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões, Portugal
- Casa Pedrucci Espumante Millésime 2018, Vinícola Pedrucci, Brasil
- Castellamare Chardonnay Barricas 2019, Cooperativa Vinícola São João, Brasil
- Colheita de Inverno Late Harvest 2021, Casa Geraldo, Brasil
- Gazzaro Espumante Brut Branco, Vinícola Gazzaro, Brasil
- Giuseppe Lovatel Rosé 2021, Lovatel, Brasil
- Invulgar 2017, União das Adegas Cooperativas do Dão, Portugal
- LIGNUM Roble Francês Malbec 2017, MT Solutions, Argentina
- Settimana In Cantina Merlot 2020, Vinícola Zanella, Brasil
- Tenuta Ulisse Amaranta Montepulciano D`Abruzzo DO 2018, Domno do Brasil, Itália