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Dinastia Troisgros: Sabores e Legados no Rio de Janeiro

Claude Troisgros e seus filhos expandem o império gastronômico, unindo tradição e inovação na cidade maravilhosa.

Troisgros é, na gastronomia mundial, sinônimo de qualidade, inovação e criatividade. Chef Claude, o francês mais carioca do planeta, que todos adoram e os colegas de profissão respeitam e admiram, sucesso em restaurantes e em programas de televisão, vem com outras novidades. Vai, em 15 de março, encerrar as atividades do seu lúdico Mesa do Lado, cocriado com o multiartista Batman Zavareze, e, no mesmo lugar, abrir, em junho, o Madame Olympe. Além do Chez Claude, conduzido pela competente chef executiva Jessica Trindade, do bar do Claude e da Cantina do Claude, todos no Leblon, Rio de Janeiro. Claude é o chef proprietário do Bistrot du Quartier e do Chez Claude, no Itaim, em São Paulo, do Pala 7, em Salvador; e, em março, vai inaugurar o Cucina Mia em Goiânia, Goiás.

A verve empreendedora e a qualidade dos Troisgros parecem ser hereditárias. Claude seguiu à risca o conselho popular de ensinar a pescar e não apenas dar o peixe. Seus filhos, o chef Thomas e a confeiteira Carolina, em iniciativas próprias e independentes do pai, participam de empreendimentos que confirmam a vocação do Rio de Janeiro para a gastronomia.

Thomas, depois do sucesso do Toto e do Oseille, abriu o Tijolada, boteco que funciona ao lado do obelisco, na Visconde de Pirajá esquina com a Henrique Dumont. Comida caseira e afetiva que o público aprecia em quaisquer tempos, principalmente antes e depois da praia.  Enquanto bebem litros de chope gelado e dão cabo de petiscos, conversam sobre futebol, o polêmico projeto do Jardim de Alah, o imbróglio da segurança, o cataclismo climático, e, claro, todos esperando que o mundo mude e tudo se solucione enquanto estão nessa espécie de congresso da cariocagem. No Tijolada nada termina em pizza, mas, sim, quem diria, em frango assado. Tem arroz de rabada, bolovo, caldo de mocotó, pastéis, milanesas, chope, caipirinhas e o tal disputadíssimo frango assado com farofa e batata corada. A gestão do Tijolada é da Diana Litweski, mãe da pequena Helena e casada com Thomas. O nome é fruto do apelido dado pelo marido e amigos do casal à empoderada Diana, que sem frescura e de maneira direta conquistou o coração do chef.

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Não criem falsas expectativas: vocês não vão encontrar a comida autoral ou o ambiente do Oseille, tampouco as guiozas e o ótimo moules com fritas do Toto, onde o chef e seu braço direito, o chef Carlos Yusa, brilham. Vão encontrar comidas executadas com técnica e carinho em pratos despretensiosos em uma seleção cuidadosa de ingredientes e que fazem a alegria dos clientes. Não insistam em querer a surpreendente sobremesa à base de cogumelos do Oseille, tampouco a torta de queijo com caramelo do Toto, e lembre-se de não folgar com a Diana: ela é um doce, mas não leva desaforo para casa.

Carolina, boleira de mão cheia, que tem seus bolos coloridos em muitos aniversários do Rio de Janeiro, não tinha um ponto para chamar de seu, mas em pouco tempo suas guloseimas estarão disponíveis onde funcionou por décadas a icônica Colher de Pau, no final do Leblon, que junto com a confeitaria Kurt embalou com suas delícias muitas comemorações nas mesas cariocas. Carola vai juntar suas receitas e conhecimento, resgatar as receitas tradicionais da dona Gimol Kaner, fundadora da Colher de Pau, misturar uma porção generosa das histórias afetuosas de cada cliente da singela loja e colocar a sua inspiração nos testes que está fazendo para criar uma nova história preservando os valores dos Kaner e da sua própria família. Cada uma das colheres de pau de diversas partes do mundo, que faziam parte da decoração da loja original, várias presenteadas por frequentadores, diz muito sobre o espírito da loja, seus antigos clientes e seus doces preferidos.

Além da linda Carolina, a Carola, filha de Claude e da ilustradora botânica Marlene Troisgros, o nome da casa ganhou a letra a, vai se chamar “a Colher de Pau” com a letra a minúscula mesmo. Parece parte da estratégia da agência de branding HardCuore, contratada pelos grupos Galt Capital, que reúne os sócios Amanda Tkacz, seu irmão David Klabin e seu marido Eduardo Tkacz e da sociedade Trois Foods de Thomas Troisgros com os irmãos Renato e Marcos Porchat, associados neste negócio e em outras casas, como o CT Boucherie e o Le Blond e ainda o Tijolada, Oseille e Toto. Carola, que trabalhou nos restaurantes do pai e cursou a escola Le Cordon Bleu, está com os olhos brilhando com a parceria com o marido Marcos. Ela garante: “Bolo negro, torta toalha felpuda, torta brigadeiro, além de clássicos e novidades que estou desenvolvendo e testando enquanto a obra não termina, vão adoçar e alegrar a cidade”.

Claude fala com sorriso nos lábios de satisfação: “Fico muito orgulhoso de ver meus filhos, quarta geração da saga Troisgros e a segunda no Brasil, seguirem com sabedoria e arte a minha profissão”. Ele está esperando que os netos Joaquim e Olívia, filhos do Thomas, Isabela e João, filhos da Carolina, cresçam e sigam os passos da dinastia Troisgros.

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Andrea d’Egmont

O lado bom da vida, amor, comidas, bebidas, viagens, livros e arte. Instagram: @degmont https://www.instagram.com/degmont/

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