Escolhidos a dedo: conheça o processo de criação dos ovos recheados
Padaria que foi pioneira no conceito de ovos de Páscoa de colher realiza concurso para escolher os lançamentos do ano
Quem é apaixonado por ovos de Páscoa deve se lembrar do ovo com recheio de pudim lançado pela rede de padarias Dona Deôla no ano passado. Com textura e sabor semelhante ao do doce – que aliás é um dos favoritos dos brasileiros – o ovo de Páscoa foi motivo de grande alvoroço nas redes sociais. “Até então nenhum outro recheio tinha batido as vendas do sabor bem-casado”, disse Vera Helena Mirandez, proprietária da rede, comentando o sucesso estrondoso.
O que poucos sabem é que a receita surgiu durante um concurso interno realizado anualmente pela Dona Deôla. “Quando criamos os primeiros ovos recheado ainda não existia o termo ovo de colher. Um dia, uma repórter publicou uma matéria online com a foto do nosso ovo de bem-casado e falava que era ideal para comer de colher. No dia seguinte nossa caixa de e-mails estava lotava e nosso telefone fora do ar. Tinha gente do Brasil todo querendo o nosso ovo ‘de colher’”, contou Vera.
Foi assim que os ovos de colher se tornaram marca registrada da Páscoa da Dona Deôla. O número de recheios foi crescendo ano após ano, entretanto, Vera, junto de sua equipe, percebeu que era inviável disponibilizar tantas opções de sabores. “Tínhamos de 30 a 40 recheios, era muita coisa. Foi, então, assim que surgiu a ideia de realizar um concurso”.

A competição
Na primeira etapa do concurso, cada unidade da padaria passa por uma fase eliminatória. Os confeiteiros e padeiros apresentam suas criações para um júri composto por funcionários que degusta e dá os seus pareceres sobre cada sabor. Nesta fase, o júri aproveita para dar sugestões e além de dicas de como melhorar a receita, se acaso passe para a final.
Após todas as unidades realizarem a prova, acontece a competição final. Desta vez, além de apresentar para a equipe interna da padaria, o júri também é formado por especialistas, influenciadores e convidados.
Neste ano, o concurso contou com 16 ovos finalistas. Cada jurado avaliou as receitas dando notas de 0 a 10 nos quesitos apresentação, sabor, textura e criatividade. Vale ressaltar que é avaliado apenas o recheio, já que a casca do ovo – que pode ser ao leite ou branca – é padrão da Dona Deôla.
Resultado
Os funcionários responsáveis pela criação dos três ovos mais votados ganham uma premiação em dinheiro. Além disso, têm a chance de ter sua receita no catálogo de Páscoa da Dona Deôla. “Com o resultado em mãos, levamos as receitas para nossa equipe de vendas. Lá analisam se é possível comercializar o ovo. Às vezes, a criação é muito boa, mas talvez é inviável produzi-la em larga escala. O ovo pudim, por exemplo, não ficou em primeiro lugar na competição do ano passado. Apesar disso, foi sucesso absoluto de vendas”, diz Vera.
Neste ano, o primeiro lugar foi para o recheio red velvet com frutas vermelhas. A receita intercalava a massa do bolo vermelho com camadas cream cheese e frutas. Entre os pontos altos do ovo estavam a quantidade generosa de frutas e o toque azedo do cream cheese.
A medalha de prata foi para o ovo de bolo de cenoura com pudim de chocolate. A combinação ousada fez sucesso por combinar a textura de pudim com a do bolo. Outro ponto alto é que o recheio relembra o gostinho de infância do bolo com cobertura de chocolate.
O terceiro lugar do pódio ficou com o sabor bananada. Mais uma vez, a vitória veio pela memória afetiva. O sabor caseiro do doce de banana conquistou o público.
Agora nos resta ficar atentos e torcer para que os ovos sejam aprovados pela equipe de vendas e entrem no cardápio da Dona Dêola no próximo mês.