Vinhos

Estrelas do vinho italiano

Por Marcel Miwa
Foto: arquivo

A importadora Decanter reuniu quatro das suas maiores estrelas italianas para uma masterclass. Massimiliano Giacomini (vinícola Ferrari – Trento), Michele Bernetti (Umani Ronchi – Marche/Abruzzo), Sérgio Zingarelli (Rocca delle Macìe – Toscana) e Alberto Medici (Medici Ermete – Emilia-Romagna) estiveram juntos para apresentar os principais rótulos produzidos pelas vinícolas familiares.

Referência absoluta entre os espumantes italianos feito pelo método tradicional e rivalizando com bons Champagnes, Ferrari nasceu em 1902 justamente como resultado do aprendizado de Giulio Ferrari na região francesa especializada nos vinhos espumantes. Segundo Massimiliano, gerente de exportação, o segredo da sofisticação de Ferrari está na altitude da região de Trento, mais elevado que Franciacorta (outra zona italiana respeitada pelos espumantes de método tradicional), o que garante o frescor e austeridade dos grandes espumantes.

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Os 100 hectares de vinhedo da família são conduzidos de forma orgânica (mais 500 hectares de terceiros) e para fazer seu principal rótulo Giulio Ferrari Riserva del Fondatore é utilizada uma parcela de 12 hectares de Chardonnay plantada a 600 metros de altitude. Feito apenas nos melhores anos a safra apresentada, 2004, ficou 10 anos em contato com leveduras, o que resulta em borbulhas muito finas e delicadas e aroma complexo com notas de amêndoa tostada, caramelo, damasco, pera e laranja cristalizada. A ótima acidez equilibra a potente estrutura e cremosidade do vinho base. (94 pontos, R$ 829)

 

Em seguida, Michele Bernetti, de Umani Ronchi apresentou seus vinhos produzidos nas regiões vizinhas do Marche e Abruzzo. Também adepto do cultivo orgânico das videiras os resultados alcançados com a variedade branca Verdicchio e a tinta Montepulciano impressionam. O ponto mais alto pôde ser degustado no Conero Riserva Campo San Giorgio 2010, uma expressão muito elegante da Montepulciano, fermentado com leveduras indígenas e posterior estágio em barricas de carvalho francês por 12 meses e mais 6 meses em botti. A rusticidade da casta foi completamente domada e o vinho mostra camadas de frutas vermelhas e negras frescas, especiarias e balsâmico, repleto de sutilezas em um conjunto mais comportado e elegante, raramente visto na variedade. (92 pontos, R$ 686,20)

O vinícola toscana Rocca delle Macìe foi representada pelo seu proprietário Sérgio Zingarelli que também é o atual presidente do Consorzio do Chianti Classico. A família Zingarelli possui quatro vinícolas na região do Chianti e mais duas em Maremma. Um bom destaque é o Chianti Classico Riserva 2013, que mostra com boa precisão a fruta vermelha fresca e com boa acidez da Sangiovese integrada com as notas delicadas do carvalho (erva doce, canela e pimenta negra). Um tinto fácil, direto e que pede por comida. (90 pontos, R$ 233,20)

Para fechar, Alberto Medici falou das múltiplas feições do Lambrusco. A variedade se subdivide em 56 tipos e Medici Ermete se concentrou na busca da qualidade em um segmento mais conhecido pelo grande volume. Uma prova da excelência alcançada pode ser vista no Lambrusco Reggiano Concerto que, nos últimos 8 anos, vem recebendo a classificação máxima de tre bicchieri do guia Gambero Rosso (o primeiro Lambrusco a ganhar tal reconhecimento). Na taça, o tinto com borbulhas delicadas traz fruta negras (ameixa e cereja) e amêndoa amarga, com ótima acidez e taninos finos e compactos, sem arestas. Uma clara vocação para a mesa. (90 pontos, R$ 94,40)

 

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