Mesa SP – O poder de mobilização de chefs e artesãos franceses como inspiração para o Brasil
Esta é a história real do Collège Culinaire de France
Por Flávia Pinho
Era uma vez um grupo de 15 chefs de cozinha renomados, que se organizaram para fundar um movimento que valorizasse a produção artesanal de alimentos e empoderasse os pequenos produtores diante das pressões da grande indústria. Em pouco tempo, milhares de artesãos e outros chefs já tinham aderido à causa – e o movimento ganhou repercussão internacional.
Esta é a história real do Collège Culinaire de France, fundado há exatos 10 anos – e a platéia do Mesa Tendências vai ter a chance de conhecer em detalhes como funciona o movimento, e de que forma ele tem impactado o setor na França, tudo isso contado pessoalmente por sua secretária geral, Célia Tunc.
No cargo desde a fundação, Célia é uma enciclopédia viva e tem uma experiência e tanto para compartilhar. Para se ter uma ideia, daquele grupo inicial de fundadores, 12 tinham três estrelas Michelin, entre eles duas lendas da cozinha francesa: Alain Ducasse e Joel Robuchon (1945-2018). Devido ao seu poder aglutinador, o time hoje reúne 1800 restaurantes e 1000 produtores em todo o país. “Em um mundo que tende mais e mais a padronizar e homogeneizar, esses milhares de artesãos, incluindo produtores, criadores e donos de restaurantes, são uma alavanca para promover a diversidade e valorizar os saberes da cozinha artesanal”, diz Célia.
Na opinião dela, o Brasil tem muito a aprender com a experiência do Collège Culinaire de France. Ela explica que os membros do movimento estão espalhados por todo o território francês e têm desenvolvido uma série de eventos e parcerias, cujos resultados são palpáveis – agregam valor humano e financeiro aos seus negócios e os aproximam do público, que busca cada vez mais adquirir produtos de qualidade, autênticos e locais. “Muitos países, cada um com suas particularidades, têm nos procurado para aprender sobre o modelo. É esse exemplo que vou mostrar aos brasileiros.”