Nossa colunista foi explorar as maravilhas do Atacama

Por: Cecilia Padilha

Para chegar a San Pedro de Atacama, um pequeno oásis no meio desse belíssimo cenário, deve-se voar até Calama e, de lá, pegar um transfer de pouco mais de 30 minutos até a cidade. Com toda a sua rusticidade, afinal, a cidade é repleta de restaurantes e lojas familiares, sendo grande parte de viajantes que ali chegaram e decidiram não mais regressar. Assim, há também por lá opções de hotéis cinco estrelas.
O Hotel Tierra é um desses, com arquitetura moderna, desenhada de forma certeira para valorizar ainda mais todo o cenário a sua volta. O vulcão inativo Likankabur, ao fundo, completa a decoração. Seu sistema all-inclusive engloba pratos autorais em todas as refeições, muito bem servidos à la carte. Opções de peixes fresquíssimos, frutos do mar diversos, cortes nobres de carnes, com os mais variados acompanhamentos, são algumas das sugestões, sempre com um toque da culinária local, que se assemelha bastante à peruana. No plano das bebidas, incluindo as alcoólicas, que vão de vinhos a drinques autorais, também podem ser consumidos à vontade. Apenas a seleção de bebidas premium é cobrada à parte.

A piscina conta com a vista de paisagem belíssima, porém, durante os meses de frio são recomendadas a indoor, climatizada, ou a jacuzzi externa, com vista para o vulcão. Uma ida ao SPA, para massagem ou algum tratamento no fim de tarde, após um dia de esportes ou passeios também é bem recomendada.
No valor da diária do hotel são inclusas as excursões feitas exclusivamente para os hóspedes, em grupos de poucas pessoas. São diversas as opções, à escolha, de diferentes níveis de intensidade, podendo ir do grau 1, de dificuldade, ao 5. O recomendado é que nos primeiros dias sejam evitados os passeios de altitudes muito elevadas, que podem ultrapassar os 4.800 metros, em razão de ocasionar mal-estar, falta de ar e outros problemas de saúde. O ideal é começar com passeios pelas proximidades da cidade, como um ônibus abandonado desde a década de 1960, que virou tendência fotográfica depois que viralizou uma foto de um brasileiro no local. Atualmente, apenas brasileiros procuram o ponto em busca do click perfeito. Outra opção interessante é a visita ao salar Atacama, belíssimo e repleto de flamingos de três espécies distintas, cujas cores contrastam com a paisagem, em um visual inesquecível. Toda a fauna e flora local são bastante preservadas de possíveis danos ambientais. Não se pode aproximar, alimentar os animais, nem pisar em locais protegidos.
Imperdível também, ainda em altitude moderada, é nadar na Laguna Cejar, que em alguns pontos possui níveis de sal superior aos do Mar Morto, o que faz com que a flutuação do visitante seja natural no lugar. O clima seco faz a pele ficar naturalmente ressecada e, em contato com o sal, pode ocasionar ardência e ainda mais ressecamento. Por causa disso, não é recomendado beber da água, e abrir os olhos durante o mergulho está fora de cogitação. Opções de passeios a cavalo, trekking, escalada e esportes diversos, para níveis de várias intensidades, também estão disponíveis.

A partir do terceiro dia, passeios como aos Geiseres del Tatio, são praticamente mandatórios para quem está na região. É recomendada a saída por volta das 6 da manhã, para que depois de pouco mais de uma hora de direção venha a recompensa: um espetáculo de muito vapor quente, que sai do solo vulcânico por buracos repletos de água e contrasta com o ar em temperaturas que chegam a 20 graus negativos, no inverno. E, como a saída para o passeio é muito cedo, termina com o café da manhã com mais uma paisagem magnífica e com a possibilidade da presença de vicunhas e pássaros diversos ao fundo. Gaivotas sem muita cerimônia podem tentar juntar-se à refeição, porém, os guias são enfáticos quanto à preservação do local – não se podem alimentar os animais.
Depois das atividades do dia, é só relaxar na varanda do quarto, com uma taça de vinho, a vista panorâmica de frente para o vulcão, e a certeza de que os dias pelo deserto ficarão para sempre na memória.