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Minimalismo e respeito ao ingrediente

Em sua primeira vez no Brasil, o chileno Benjamín Nast diz ter-se encantado com os ingredientes locais e com a alegria do povo brasileiro

Benjamín Nast do restaurante DePatio, no Chile, preza por preparos minimalistas e que tenham o máximo de respeito ao ingrediente. Durante sua estada no Brasil, ele tentou priorizar a troca com os

Foto: RJ Castilho
Em sua primeira vez no Brasil, o chileno Benjamín Nast diz ter-se encantado com os ingredientes locais e com a alegria do povo brasileiro

chefs e os participantes do Mesa Minas, em relação à cozinha e aos produtos. “A gastronomia é o motor cultural de cada país. Isso é o que busco em minhas viagens, entender o que aquela gente come, suas raízes. Acho isso imprescindível para me abrir a cabeça”, afirma o chef.

Engenheiro de formação, Benjamín conta que após ler uma obra de Ferran Adrià – um dos mais renomados chefs espanhóis — percebeu que odiava o que fazia e que estava no caminho errado. “Encontrei minha felicidade na gastronomia. Trabalhei por cerca de dez anos na Europa, entre Espanha, França e Alemanha e, em Barcelona, foi onde, realmente, eu me encontrei. Tinha um restaurante que seguia a linha do elBulli e acredito que tenha sido ali que me apaixonei pela gastronomia, pelo minimalismo, pelas culturas diversas que a cozinha ensina. Sempre fui muito artista e acabei me encontrando na cozinha”, diz.

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Em seu restaurante, a ordem é buscar a melhor forma de tratar o produto. “Tento passar muito respeito pelos ingredientes. Por lá, apresento o simples, porque às vezes é o mais difícil de fazer. Não gosto de colocar muitos elementos em um prato, acho que isso confunde os clientes e faz com que não se consiga mostrar o realmente se quer”, afirma Benjamín.

Mesa Ao Vivo Minas Gerais

Para o Mesa Minas, ele optou por dois preparos, para que as pessoas pudessem entender um pouco de sua filosofia, de seu trabalho e sua forma de ver a gastronomia: “Trouxe coisas muito delicadas, mas extremamente simples, nas quais consigo trabalhar a potência dos produtos”.

O primeiro preparo foi um ravióli de abobrinha, cortada finamente na mandolina, que, depois forma pequenas trouxinhas recheadas de ostras e servidas sob um creme de carvão e de abóbora fermentada:

“Sou louco por ostras e fiquei apaixonado pelas que provei no Brasil. Em Santiago, trabalho com vegetais orgânicos e meu produtor já me apresenta um ‘plano’ do que ele terá para mim ao longo do ano, o que facilita a criação das receitas. Acho esse preparo delicado, simples e com poucos elementos. Costumo trabalhar bastante com parilla, então o carvão passa por ela antes de ser colocado no creme de leite. Ele deve ser retirado quando parar de fazer aquele barulhinho de fervura. Nesse creme ainda vai limão e azeite de funcho”, diz o chef. A receita leva também abóbora fermentada por uma semana, para obter a textura desejada.

Para finalizar, uma sobremesa não tão simples assim. “Ela demora seis meses para ser produzida e é consumida em 2 minutos”, diz o chef, divertindo-se. É algo refrescante, que leva broto de pinhão, miso fermentado e banana congelada, uma mistura interessante de sabores e texturas. Benjamín garante ter amado o Brasil e a energia do nosso povo e já está ansioso para voltar e conhecer mais sobre nossa gastronomia.

 

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