Preocupados com o amanhã
Por Stephanie Vapsys
Fotos Ricardo D'Angelo
Desde 2015, a sede brasileira da Nestlé Professional conta com o programa Jovem Aprendiz da Cozinha do Brasil, uma extensão da iniciativa Young Culinary Talents (YOCUTA), criada na Nestlé México, que dá a oportunidade a jovens entre 18 e 26 anos para participarem de um treinamento de capacitação para atuar em cozinhas profissionais.
Durante as três edições do programa, 178 jovens passaram pelo projeto e, desses, os melhores de cada turma foram selecionados para estudar no Instituto Laurent Suaudeau ou na Academia de Confeitaria Flávio Federico.
Diversos alunos formados pelo projeto hoje atuam na área. “Sempre recebemos ligações de alunos nos avisando que conseguiram uma vaga e isso nos deixa extremamente feliz. Temos jovens que já passaram por lugares como Grand Hyatt, Grand Mercure, Palácio Tangará, Fiesp e até mesmo dentro do próprio Instituto Laurent e da própria Nestlé”, conta Flávia Barreto de Sá, chef da Nestlé Professional.
Para celebrar a fase final da terceira edição do projeto, a Nestlé Professional promoveu no último dia 21, o 1º Encontro Jovem Aprendiz da Cozinha do Brasil. Além dos aprendizes das três turmas, o evento reuniu os chefs convidados como Laurent Suaudeau; Flávio Federico; Renato Carione; o participante do MasterChef Ravi Leite; Giovanna Schiller, do Palácio Tangará; Victor Vasconcellos, da Fiesp e Giovanna Grossi, finalista do concurso internacional de gastronomia Bocuse D´or.
A ideia era renuir aprendizes, chefs e empregadores para que juntos discutissem os rumos da gastronomia nacional. Antes das rodas de debates iniciarem, Juan Carlos Marroquín, presidente da Nestlé Brasil, subiu ao palco para elogiar o sucesso do projeto. “Tenho muito orgulho da proporção que o Jovem Aprendiz da Cozinha do Brasil tomou. Já temos quase 180 jovens formados, sendo que 50% estão atualmente empregados. Pretendemos continuar apoiando o projeto por um bom tempo”, conta.
Laurent Suaudeau e Flávio Federico também falaram um pouco sobre suas participações no projeto. “Tanto Laurent quanto Juan Carlos são visionários que se dedicaram para capacitar jovens e eu me sinto muito honrado em poder fazer parte de um pedacinho da vida de cada um desses aprendizes. É ações como essa que fazem a diferença no mundo”, diz Federico. Para Suaudeau, o trabalho dos aprendizes está apenas começando e se eles querem se destacar o caminho ainda é longo. “Hoje, todo cozinheiro quer aparecer. Precisamos de menos marqueteiros e mais profissionais e é isso que a Nestlé ensina com esse projeto. Estamos formando cozinheiros e para ser um bom cozinheiro é preciso estar sempre trabalhando”, conta.
Mediado por Ale Guerra, do blog Cuecas na Cozinha, o primeiro bate-papo reuniu jovens formados nas edições anteriores e a Flávia Barreto de Sá, da Nestlé Professional. Os seis jovens puderam contar como foi participar do programa e como está sendo a experiência de cada um no mercado de trabalho.
Depois foi a vez de ouvir os chefs e empregadores debaterem os rumos da gastronomia brasileira e o papel dos jovens. Durante o bate-papo, Laurent Suaudeau aproveitou para anunciar que passou o cargo de presidente do Bocuse D'or Brasil para Giovanna Grossi, de apenas 25 anos, reiterando a importância de valorizar os jovens. “Ouvi reclamações que ela não tinha um nome famoso para assumir a função, mas como uma pessoa que passou por todas as etapas do concurso e provou sua capacidade diversas vezes não é a pessoa ideal?”, afirmou.
Outro assunto discutido foi à influência das redes sociais na gastronomia. “Hoje, se um cliente entra no restaurante e não acha o que quer, logo faz uma reclamação nas redes sociais. Isso é extremamente perigoso”, diz o chef Renato Carioni, do Così. Em contrapartida, Ravi Leite, que participou do MasterChef creditou parte do sucesso de seu restaurante Pokee as redes sociais. “Assim como destrutiva, ela pode ser muito benéfica.”, conta. Ao final, os chefs concordaram que é uma necessidade dos jovens saber lidar com a internet.