Encontro entre Japão e Brasil
Pelo segundo ano, produtores japoneses desembarcam em solo verde-amarelo para participar do evento Nomiaruki
É chegado mais um ano em que a Comitiva do Governo da Província de Saga, mais especificamente o Saga Prefectural Regional Industry Support Center, promove os produtos originários desta província mágica para a gastronomia. Saga representa 20% de toda a produção de alga nori, cultivada no Mar de Ariake. A região também é bastante famosa pelas cerâmicas arita. Foi ali o primeiro local a herdar a arte da Coreia, que foi posteriormente desenvolvida por todo o Japão.
Agora falando em saquê, são 25 produtores da bebida por toda a província, sendo praticamente o principal produto milenar da região. Por lá, o governo incentiva a produção e o comércio da bebida pelo país e para o exterior. Dessa forma, 2019 é o segundo ano em que três produtores de saquê desembarcaram no Brasil para participar do evento Nomiaruki, promovido pela Adega de Sake e a Aruki Importação, comandada pelo Sergio Kenji Mizoguchi. O evento conta ainda com a parceria da ceramista Hideko Honma, do Hotel Tivoli Mofarrej São Paulo, do restaurante Cutello, que foi o palco do evento em São Paulo, e do Naga Rio, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Com passagem durante quatro dias em São Paulo e dois no Rio, os renomados produtores Sr. Kensuke Shichida da Tenzan Shuzo; Sr. Sotaro Kinoshita da Amabuki Shuzo, Sr. Kunihiro Mitsutake da Mitsutake Shuzo, e o Sr. Yasuhiro Kawahara, que é um especialista e produtor de chás e teve dupla função representando também os saquês da Koimari Shuzo, junto com a modelo Thaís Kawabe.
O evento em São Paulo contou com a fantástica cooperação do restaurante Cutello, chefiado por Rafael Leão. O chef nos proporcionou belíssimos petiscos que circularam durante o evento. Isso sem falar na generosa mesa de frios que combinavam extraordinariamente com os saquês.
Todos os participantes puderam degustar os 11 rótulos de belíssimos saquês semiartesanais, um diferente do outro. E, ainda, puderam comprar de um pequeno estoque que reservamos para o público. Para que todos pudessem degustar como em um evento no Japão, na entrada ganharam o kiki choko, o copo de degustação oficial de saquê.
O corpo consular marcou a presença em peso, sem esquecer que assessores da Embaixada do Japão também estiveram apreciando saquês diferentes do sul do Japão.
Apesar da agenda bem apertada, nossos convidados japoneses não deixavam a peteca cair, mantendo o mesmo ritmo mesmo no dia seguinte, quando o Sr. Yasuhiro Kawahara, da Industria de Chá Kawahara, na cidade de Ureshino, sul de Saga, fez uma brilhante apresentação sobre a bebida mais consumida no Japão.
Ele contou com a fundamental parceria de Swan Yuki Hamasaki da Obaatian – O Chá da Vovó que traduziu sua explicação. A apresentação lotou os 100 lugares da sala da Japan House São Paulo.
Ainda mantendo a correria, no dia seguinte foi a vez de apresentarmos os saquês no Rio de Janeiro. Costurando o tempo com um pouco de turismo e refeições, à tarde já rumávamos para a Barra da Tijuca, no Village Mall. No último piso, está o Naga Rio com o serviço capitaneado pela Kikisake-shi Sra. Yasmin Yonashiro e o gerente Felipe Ishihama que também se especializou no WSET Sake L1.
O evento teve outro formato. Todos os 40 convidados foram acomodados confortavelmente à mesa e desfrutaram de todo o serviço dos saborosos pratos. Houve uma breve apresentação dos rótulos e dos produtores. Assim, todos puderam tirar dúvidas diretamente com os fabricantes.
E tiramos uma belíssima e satisfatória lição. É óbvio que todos os produtores de saquês e de qualquer outra bebida tem como princípio, proporcionar produtos diferenciados. Para isso, investem em treinamento, técnica e tecnologia. Só que no final, para todos, não há satisfação maior do que ver cada um que degusta a bebida, sorrindo, divertindo-se e olhando para a cara do outro, com o celular distante.
Acho que este seria o nosso principal objetivo. Que todos possam apreciar um inesquecível momento com uma taça de bebida nas mãos.